sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MEDITAÇÃO

Por Joilson José Gonçalves Mendes
Sabe-se que a meta do ser humano é a autorealização, ou a “iluminação” como dizem os iogues orientais. Estamos na Terra com a finalidade de evoluirmos espiritualmente, muito já foi falado a respeito, Jesus, nosso exemplo maior, nos deixou ensinamentos preciosos para atingirmos os mais altos graus evolutivos, dos quais citamos: a prática da caridade, o orai e vigiai, o perdoar para ser perdoado e a frase “Busca a verdade e a verdade te libertará.”
Em sua obra psicológica, Joanna de Angelis comenta sobre a busca da “verdade”, ou seja, o conhecimento de si. Pode parecer estranho, mas a realidade é que nós não nos conhecemos, devido ao fato de que durante as sucessivas reencarnações desenvolvemos uma infinidade de “eus”, agregados psicológicos que atrapalham nossa evolução. Eliminá-los é nossa tarefa, e necessitamos da interiorização para conquistarmos a autorealização.
No livro “O Ser Consciente”, Joanna, por intermédio da psicografia de Divaldo Franco, informa que os habitantes da Terra não conseguem encontrar o caminho da paz e vivem num ciclo vicioso de guerras devastadoras devido aos “...Apegos morais, emocionais, culturais, pessoais, a objetos, a raças, a grupos sociais...”. Afirma, ainda, que: “A única maneira de lográ-los, é viajar para dentro de si, domando a mente irrequieta – que os orientais chamam o “macaco louco que salta de galho em galho” – e induzi-la à reflexão, ao autodescobrimento”.
Na obra “Vida, desafios e soluções”, Joanna é de parecer “que a meditação [...] oferece os melhores recursos para a incursão profunda”, no ser. Comentando sobre a raiva, agregado psicológico que é movido pelo instinto, em “Autodescobrimento” Joanna ensina que “A meditação deve ser buscada também, para auxiliar na análise das origens do acontecimento...”. Diante das observações acima, questionemos: O que é meditação? Como meditar?
Dentre os vários conceitos encontrados sobre meditação, concordamos com Clovis (1982), que “...meditação são todos os momentos da vida vividos em plena consciência”. O que não é fácil de conseguir, visto que, dificilmente estamos com a atenção voltada para o presente, para o que estamos realizando neste exato momento. Dizem os estudiosos da mente que podemos meditar na ação, quando estiver comendo, coma; quando estiver lendo, leia; quando estiver lavando a louça, lave a louça.
Parece um paradoxo, como pode ser isto? Acontece que na maioria das vezes, quando estamos comendo, nossa mente está em outro local, ou no passado ou em alguma perspectiva de futuro, o que fiz ou o que terei de fazer, e quase nunca estamos presentes no exato momento da refeição. Quando lavamos uma louça, também damos asas à imaginação ou nos focamos nas lembranças do passado. Por isso meditar é estar presente, com a consciência desperta no que se está fazendo. Meditar é deixar a mente livre, é a não ação da mente, se os pensamentos surgirem, deixe-os, eles vem e vão, podemos usar a metáfora de um observador, apenas observe seus pensamentos sem interferir.
Osho (2002), ensina que “Quando você não estiver fazendo absolutamente nada, seja física ou mentalmente ou em qualquer outro nível, quando toda a atividade houver cessado e você estiver apenas sendo, isto é meditação”. Aconselha a pararmos em determinados momentos do dia para sermos, entrarmos em contato com o nosso interior e desfrutarmos do momento de relaxamento e bem estar que, com certeza, acontecerá.
Outro exercício prático voltado ao autoconhecimento é o seguinte: Sente-se com as costas retas, respire fundo, feche os olhos e relaxe. Agora, pergunte mentalmente – Quem sou eu? Deixe as respostas surgirem naturalmente, sem reprimi-las ou censurá-las, apenas observe e continue com a indagação – Quem sou eu? Sou estes pensamentos? Sou o corpo físico? Quem sou eu? Sou as sensações? Quem sou eu? Quem sou eu? Não é necessário responder às perguntas, apenas observe as respostas e reflita sobre elas.
Aprendamos a silenciar a mente tagarela, a meditação é muito simples e com sua prática poderemos encontrar a “verdade” sobre nós. Com a meditação nos tornaremos mais conscientes, mais despertos, aliada a prática da caridade e com uma certa dose de disciplina poderemos atingir a autorealização.

REFERÊNCIA BILBIOGRÁFICA

ANGELIS, Joanna de (Espírito). Autodescobrimento – uma busca interior. 13ª ed. Psicografado por Divaldo P. Franco – Salvador, BA – Liv. Espírita alvorada, 1995.
________. O Ser Consciente. Psicografado por Divaldo P. Franco Liv. Espírita Alvorada. Salvador – BA, 1995.
________. Vida: desafios e soluções. 6ª ed. Psicografado por Divaldo P. Franco Liv. Espírita Alvorada. Salvador – BA, 1997.
________. O despertar do espírito. 4ª ed. Psicografado por Divaldo P. Franco Liv. Espírita Alvorada. Salvador – BA, 2000.
FILHO, Clovis C. de Souza. Introdução à psicologia tibetana. Vozes. Petrópolis – RJ, 1982.
OSHO. Aprendendo a silenciar a mente. 5ª ed. Sextante. Rio de Janeiro – RJ, 2002.
TABONE, Márcia. A psicologia transpessoal. Introdução à nova visão da consciência em psicologia e educação. Cultrix. São Paulo – SP, 1992.

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